A Vilã Quer Emagrecer o Seu Marido - Capítulo 84
A avenida principal já estava em péssimo estado.
“Querem parar com essa baderna?! Que tipo de vigilantes vocês são?! Tirem suas malditas máscaras!!”
“Estamos agindo sob a autoridade da família Lörrich! Você e seus filhos têm que ir para casa!”
“Cale a boca! Vocês estão destruindo esta cidade!”
“Não vamos descansar até prendermos todos aqueles que se entregaram ao vício! Somos os verdadeiros protetores desta cidade!”
Os jovens que ajudavam no trabalho manual e os jovens que rapidamente recorreram à violência. Quando estes dois grupos de vigilantes opostos se enfrentaram, era inevitável prever que algo assim aconteceria.
Quando Camilla voltou correndo para a rua principal, o caos já era tão grande que ela não conseguia mais distinguir quem fazia parte de cada grupo. Os vigilantes aglomeravam-se e misturavam-se uns com os outros, gritando, proferindo insultos e dando socos. As barracas próximas foram apanhadas nos combates, com seus suportes sendo chutados ou pessoas sendo empurradas para dentro delas, fazendo-as desabar. Muitos cozinheiros dos restaurantes já haviam fugido, mas os mais impetuosos já haviam entrado na briga para proteger seu trabalho.
“P-Parem com isso! Parem com isso imediatamente!!”
Mas mesmo que Camilla tivesse levantado a voz, ninguém na rua prestou atenção. Primeiramente, será que eles poderiam ouvir a voz dela em meio a todo esse caos? Ninguém sequer olhou na direção de Camilla.
Olhando ao redor enquanto gritava desesperadamente, ela viu as barracas que pareciam ter sido destruídas de propósito. Talvez, no início da briga, os vigilantes de Franz tenham atacado as barracas e os vigilantes mais jovens que os ajudavam tenham aparecido para detê-los.
Mas agora ambos os grupos estavam lutando cegamente, com as barracas caindo ao redor deles como resultado. As placas que seriam colocadas acima deles foram quebradas, as panelas estavam tortas e os pratos quebrados. Ao ver que até as flores haviam sido pisoteadas, a raiva subiu à cabeça de Camilla.
– Ele chama isso de ‘cuidar da segurança’?!
Ela jurou nunca mais confiar em Klaus depois disso.
Enquanto o rancor contra Klaus fermentava em sua cabeça, Camilla suspirou com raiva. Foi aí que ela fechou os olhos e balançou a cabeça.
Tentar gritar por causa desse tumulto não daria resultado. E não havia nada que ela pudesse fazer sozinha. Se ela tentasse entrar na briga para intervir pessoalmente, Camilla só se machucaria desnecessariamente.
– Mesmo que ele tenha dito que iria confiar isso a mim… Mesmo que ele tenha me pedido para resolver isso…
Parecia que não tinha mais nada que Camilla pudesse fazer aqui. Camilla, sozinha e sem ninguém ao seu lado, sentiu-se mais impotente do que nunca.
– Lorde Alois…
Mesmo que ela tivesse dito a ele que faria funcionar… Mesmo que ela tenha dito a ele que tornaria tudo divertido…
Tudo já havia se tornado uma bagunça completa. O arrependimento tomou conta dela quando ela olhou para baixo. Mordendo o lábio e cerrando os punhos, Camilla olhou para os pés.
“Gu…”
Do fundo de sua boca, uma voz vazou. Uma voz que era como se ela estivesse tentando reprimir as próprias lágrimas.
“Guuu…”
Ela colocou mais força em seus pés. Se ela não fizesse isso, ela sentiu que poderia cair de joelhos.
Ela estava ansiosa por isso. Ela queria tornar isso divertido. Ela passou tanto tempo se preparando… Mas mesmo que os preparativos tenham sido divertidos, o clímax acabou sendo muito decepcionante.
Seu coração estava partido.
Olhando para o chão, ela suspirou com raiva e respirou fundo.
Então, em vez de lágrimas, ela cuspiu o ar com toda a força.
“Guu… Eu… Eu… Eu odeio isso!”
Ninguém ouviu o grito forte de Camilla. Tudo bem. Camilla não gritou para mais ninguém ouvir.
“Eu não vou desistir! Tem algum homem sobrando?! Lorde Alois?! Onde estão o Victor e os outros?!”
Eles não estavam lá. Não importava para onde ela olhasse, não havia nenhuma visão, nem mesmo um som deles.
Se Alois ou Victor estivessem por perto, teriam ouvido as palavras de Camilla. Neste momento, ela precisava reunir quem pudesse para ajudá-la a jogar água sobre o fogo que se espalhava pelos combates na rua. Alois e os outros podiam até ter sido envolvidos naquele alvoroço e, se fosse o caso, precisavam de ajuda imediatamente.
Camilla também estava preocupada com Klaus, que estava sozinho naquele terreno baldio, mas agora ela tinha que se concentrar nos problemas que tinha pela frente.
Dando um tapa no rosto, Camilla correu pela avenida principal em busca dos rostos que conhecia.
〇
Ela amava Victor.
Ela só desejava a felicidade de Victor. Isso não era mentira.
Mesmo que Victor não a escolhesse, ela ficaria bem contanto que ele estivesse feliz. E quando chegasse o dia de ela dizer ‘Parabéns’ com aquela cara simpática, ela ficaria orgulhosa do quão bonita ela estava quando fez isso.
Mas, se Mia fosse sua parceira, Victor poderia não encontrar a felicidade que ela desejava para ele.
Mia era filha de um alfaiate pobre. Ela não era bem educada, teve uma educação difícil e até seu jeito de falar era brusco e um tanto másculo. Assim como sua reputação afirmava, os artesãos eram pessoas vis e grosseiras.
Para alguém de uma família rica como Victor, uma garota de uma casa mais rica seria uma noiva mais adequada. Dessa forma, ambas as famílias também poderiam ser felizes. Se ambas as famílias fossem ricas, também seria tranquilo cultivar um relacionamento comercial. Ainda mais levando em consideração que a família de Victor era de comerciantes. Um relacionamento com qualquer outra família rica só agregaria valor à união.
Ela só desejava a felicidade de Victor.
Portanto, tudo isso foi pelo bem dele.
Ela não tinha feito nada de errado.
Isso foi o que todas as pessoas que lideravam os vigilantes disseram a Verrat.
〇
Havia um pequeno palco montado para a banda na praça.
O vestido vermelho rasgado que estava pendurado na frente era uma decoração mais vívida do que qualquer coroa de flores.
A pele do tambor havia sido perfurada e uma vara quebrada foi enfiada nele. A flauta e o oboé eram mais difíceis de quebrar. Depois de esmagá-los nos degraus, ela não conseguiu quebrá-los, mas pelo menos eles estavam um pouco tortos. Mas, como algumas teclas haviam voado, elas já não podiam mais emitir um som tão decente.
Tudo o que restou foi o violino.
Não foi difícil quebrar um violino de madeira. Mesmo que uma moça jovem tentasse esmagá-lo no chão, ele se quebraria facilmente.
Ela ergueu-o bem alto, bem alto no ar… Mas enquanto ela o segurava ali, tremendo na mão, Victor e os outros chegaram.
“Verrat! Pare já com isso!”
Quando ela ouviu o grito de Victor, sua mão parou de tremer. Mas então ela viu Mia parada ao lado dele.
“Por que você fez algo assim?!”
Quando ela ouviu seu grito agonizante, o rosto de Verrat se contorceu em uma careta. Por quê? Essa foi uma pergunta fácil. Tudo isso foi pelo bem de Victor.
No momento em que suspirou com um sorrisinho ela finalmente voltou a ter força de vontade. Mas assim que Verrat estava prestes a descer calmamente e jogar aquele violino contra o chão…
“PARE COM ISSO DE UMA VEZ!”
Antes que pudesse baixá-lo contra o solo, Verrat ouviu a voz estridente e raivosa de uma mulher, muito mais próxima do que Victor e os outros.
Assim que a mulher fez isso, Verrat de repente sentiu algo bater em seu corpo.
Quando aquela mulher bateu contra seu corpo e rolou com ela no chão, Verrat não percebeu quem era. Foi só depois que aquela mulher se sentou em cima dela que a ex-namorada de Victor se lembrou.
Foi quando ela viu aquele olhar feroz em seus olhos. Enquanto Verrat olhava para seu olhar furioso, ela percebeu que a pessoa que a abordou era a vilã infame que todos conheciam… Camilla.
Créditos
Tradução e Revisão: Sakata