A Vilã Quer Emagrecer o Seu Marido - Capítulo 80
Uma cena já se desenrolava na floricultura.
“Estamos aqui em nome do Mestre Franz! Estamos avisando agora, não se associe a exibições desagradáveis como festivais! Você só tem permissão para vender flores se Lorde Franz solicitar!
“Não sei do que você está falando! Como você espera que eu administre meu negócio assim?!”
“Seu criminoso! Você não ouviu o que eu disse?! Estou aqui em nome do Mestre Franz!”
“Eu te ouvi! Mas o Mestre Franz nunca esteve aqui para comprar flores! Está tentando destruir meu sustento?!”
“Só faz sentido que seja destruído se não houver compradores. Em primeiro lugar, coisas suaves e mornas como flores não têm vez em Blume!”
Um grupo de homens cercou uma mulher dona da floricultura e suas vozes eram tão altas que podiam ser ouvidas do lado de fora. Nenhum deles pareceu notar que Alois e Camilla haviam entrado na loja. Eles não olharam para trás para vê-los, apenas continuaram sua discussão.
Deixando a briga de lado, o interior da loja era surpreendentemente insípido.
Isso era devido à falta de flores desabrochando durante o inverno? Acompanhando a massa de vasos vazios estavam algumas plantas preciosas que não murcharam durante os meses de inverno. Considerando o quão vazia a loja parecia, foi uma surpresa que ela estivesse em atividade durante o inverno.
Nem mesmo os homens que estavam discutindo com ela agora claramente não estavam ali para comprar flores. Eles nem pareciam ser de Blume e suas roupas formais e as espadas penduradas na cintura os faziam parecer mais soldados do que qualquer coisa. Além do mais, Camilla reconheceu o tom pesado do líder.
– Eles estão assistindo.
Não era um grupo autogovernado de jovens nativos de Blume. Era uma milícia organizada pela facção de Franz – aqueles que abusaram do grupo de Victor e tentaram humilhar Camilla em público. Camilla sentiu as sobrancelhas franzirem ao relembrar aquela lembrança desagradável.
E se olhasse de perto ela se lembraria de seus rostos. Antes de mais nada, o homem que estava na frente e no centro enquanto discursava para o lojista era inesquecível. Afinal ele foi o mesmo homem que insultou Camilla diretamente.
“Pare com isso imediatamente!”
Assim que reconheceu aquele homem Camilla gritou sem se importar com as consequências. “Mas que diabos?!” – foi o que os homens gritaram enquanto se viravam.
Mas quando viram Camilla, assim como Alois parados ao lado dela, franziram a testa, confusos e surpresos.
“L-Lorde Alois?! O-o que o senhor está fazendo num lugar como esse?”
Agora era o homem que insultou Camilla quem mais parecia estar em pânico. Será que o motivo era porque ele já havia entrado em conflito com Alois antes? Será que ele Alois estava pensando em ir ao local para garantir que nunca haveria uma segunda vez?
“Vim fazer compras com esta florista… No entanto, se apenas Franz tiver permissão para comprar flores em Blume, suponho que também não sou exceção, não é mesmo?”
Alois falou com um tom calmo e comedido. Por ele falar com tanta calma, Camilla não conseguia descobrir se ele estava sendo genuíno ou sarcástico.
“N-Não, de jeito nenhum, como poderíamos impedi-lo de comprar o que gosta, Lorde Alois…?!”
Mas o homem claramente interpretou isso como um sarcasmo mordaz. A bravata de poucos minutos atrás desapareceu quando ele pareceu encolher diante dele. Os outros vigilantes pareciam confusos com o quão intimidado seu líder parecia de repente. Independentemente do que alguém dissesse, Alois era o senhor desta terra. Sua influência sobre o território de Mohnton era absoluta.
Enquanto o homem recuava, ele olhou para seus subordinados. Então ele rapidamente levantou o braço e fez sinal para que saíssem o mais rápido que pudessem.
“Ei, vocês, saiam daqui agora! Lorde Alois, por favor, nos dê licença…”
Depois de abaixar a cabeça o máximo que pôde, o homem se virou para escapar da floricultura ao lado de seus capangas.
Enquanto os observava partir, Alois os acompanhou calmamente, antes de cruzar os braços.
“Aqueles caras têm tão pouca convicção assim?”
Enquanto Alois sussurrava isso para si mesmo, Camilla olhou para ele.
– Parece que ele está tramando alguma coisa.
Mesmo que ele se importasse muito com os outros ou fosse um ‘bom menino’, no fim das contas Alois ainda era um lorde.
〇
Talvez tenha sido porque eles se livraram dos vigilantes de sua loja, mas depois de tudo isso foi muito fácil conseguir a cooperação da florista.
Quanto à própria florista, ela disse…
“Como há flores por toda a cidade, as pessoas não dão muita importância aos floristas. Mas buquês e guirlandas podem realçar a beleza natural das flores que as pessoas colhem… Ou pelo menos é o que penso.”
De volta ao porão onde sempre se encontravam, Camilla debateu com os demais os resultados do trabalho dos últimos dias. Eles percorreram a cidade e conversaram com as floriculturas e quase todas pareciam a favor da festa.
Parte do motivo pode ter sido a atenção indesejada que recebiam da facção de Franz. No caso deles, mesmo que concordassem e boicotassem o festival, não era como se pudessem obter algo útil se submetendo a Franz, ao passo que, se eles concordassem com os planos de Klaus, a história seria outra.
Por outro lado, os restaurantes provaram ser problemáticos. O único vício permitido em Mohnton era o consumo de refeições luxuosas. Até mesmo os membros da facção de Franz eram clientes importantes para eles.
“Sobre isso, conversei com aquele velhote chefe da cozinha. Ele disse que, se fosse pelo bem de Alois, ele cooperaria.”
Mas parecia que Klaus tinha planos para resolver esse problema. A tarefa de falar com Günter foi delegada inteiramente a Alois e Klaus. Isso porque Günter e Camilla continuaram sem se falar desde então.
Embora Camilla sentisse um pouco de remorso, mais do que tudo agora ela estava ficando irritada com o mau humor interminável de Günter.
“Agora só precisamos fazer com que ele fale com os chefs da cidade. Afinal, o nome dos Brandt ainda tem peso, sabe? Eles estão tão conectados no mundo culinário que chega a ser um pouco assustador.”
Deixando Camilla de lado enquanto ela fumegava silenciosamente, Klaus continuou falando.
Não parecia que a característica de Günter de ser capaz de “mover um restaurante com a voz” fosse uma ostentação vazia. A família Brandt, que já foi uma casa nobre – mas agora estava longe dessa posição – se espalhou pelas terras de Mohnton, muitos deles se tornando cozinheiros renomados.
Blume não era exceção. Se fosse espalhada a notícia de que pelo menos um dos restaurantes empregaria “um daqueles chefs ruivos da família Brandt”, as reservas seriam feitas com semanas de antecedência.
Mesmo depois da queda, a família Brandt ainda mantinha influência… Ou melhor, mantinha um novo tipo de influência. Como sempre eles eram observados com desconfiança pelas casas nobres restantes e acharam uma vida difícil após a queda, então tiveram que apoiar uns aos outros para sobreviver. Particularmente falando, Günter, que atualmente era o “chefe” da família, tinha forte influência. Simplesmente por ter Günter ao seu serviço, Alois gozava de boa reputação nos restaurantes e lanchonetes do território.
“E quanto à mão de obra?”
Foi aí que Klaus se virou para Victor. Como eles estavam no meio de uma pausa nos treinos, Victor deixou o violino de lado. Como participante do interrogatório, ele levantou o polegar.
“Está fluindo perfeitamente. Conversei com os vigilantes… Os vigilantes originais, é claro. E eles ficaram felizes em ajudar no trabalho. Parece que as pessoas estão fartas dos homens de Franz causando problemas ultimamente… Dito isto, não acho que tenhamos segurança suficiente.”
“Vai ficar tudo bem. Tenho alguns planos quando se trata de segurança, então devemos ter gente suficiente.”
Ao dizer isso, Klaus assentiu, evidentemente satisfeito. Depois disso, conversaram sobre coisas básicas como onde iriam posicionar as barracas e quando deveriam começar a montá-las.
– Está tudo dando certo.
Eles não encontraram nenhum grande obstáculo e as coisas estavam avançando sem problemas. Apesar de sua atitude, isso foi mesmo resultado da liderança de Klaus? Até mesmo o atual chefe da família, Rudolph, que inicialmente parecia contrário à ideia, acabou persuadido a dar uma aprovação tácita relativa.
A maioria das pessoas na cidade também ficou feliz em cooperar com Klaus. Isso foi apenas um reflexo da natureza da cidade? Ou eles tinham algum tipo de expectativa em relação a Klaus, a ponto de estarem dispostos a confiar nele? Eles não encontraram grande resistência, embora o que tentavam levar até Blume fosse claramente um tabu.
Talvez, em seus corações, todos estivessem esperando por algo assim. Esperando para finalmente se divertirem ao ar livre sem ninguém ter que se esconder dentro de casa ou de algum porão.
Uma vez vinculada à tradição e à história, parecia que Mohnton estava mudando.
Faltava apenas metade do mês para que as estações mudassem e a primavera começasse. Eles tinham vindo originalmente a Blume aparentemente para oferecer saudações de Ano Novo. Depois de comemorar o ano novo, Alois e Camilla retornariam à capital do território.
O festival que marcaria o fim da longa visita seria incrivelmente divertido.
Camilla acreditava nisso.
Créditos
Tradução e Revisão: Sakata