Akuyaku Reijou wa Danna-sama wo Yasesasetai - Capítulo 40
Alois disse que se algo acontecesse era para correr rumo à floresta.
O motivo era por causa dos alicerces desta cidade.
Como a cidade de Einst foi construída no topo de um pântano recuperado, ela foi cercada por pântanos que haviam sido usados para mineração no passado ou estavam sendo escavados.
Além do mais, a própria região era originalmente um pântano que foi usado para extrair pedras de mana. Depois que a mineração se tornou improdutiva, a cidade de Einst foi construída.
Portanto, bem abaixo da superfície desta cidade, ainda existia um filão de pedras de mana. Diziam que ele estava desgastado devido à mineração, aparentemente quase a ponto de desaparecer, mas ainda era um filão que estava ligado a outros filões. Além disso, o que fluiu para ele foram os filões muito ativos que ainda estão sendo extraídos nos pântanos mais próximos.
Por outro lado, a própria floresta estava fora dos limites da cidade de Einst. Essas matas eram povoadas por árvores semelhantes às vistas na capital do território, folhosas, com poucos animais e insetos podendo ser vistos correndo em suas sombras.
Em comparação com os pântanos que cercavam Einst, a floresta era única.
Era o único lugar fora da cidade onde o chão estava seco.
A terra havia se tornado compacta e solidificada, tendo sido formada ao redor das raízes profundas das árvores. Não havia ervas ou plantas venenosas crescendo ali, enquanto o fato de que as árvores eram cheias de folhas e que alguns animais normais faziam suas casas por ali provava que o ar não estava poluído com miasma como os pântanos.
Entre os pântanos regulares e os pântanos cheios de miasma, era difícil dizer exatamente onde um terminava e o outro começava. Em vez de fugir para os pântanos e potencialmente se deparar com uma área venenosa, seria bem menos perigoso fugir para a floresta.
As pessoas em Einst deveriam saber disso também.
O próprio Alois certamente teria passado as mesmas instruções que deu a Camilla para todos os outros, caso houvesse a necessidade de evacuar.
Os ruídos estrondosos vinham um após o outro. O primeiro fez a terra tremer, mas gradualmente eles se tornaram cada vez mais silenciosos.
O perigo estava passando? Cada vez que o chão tremia, o miasma parecia se tornar mais denso.
Nas ruas da cidade, do lado de fora, as pessoas saíam correndo de suas casas em estado de pânico. Os gritos de moradores confusos e desnorteados começaram a fazer barulho nas ruas.
“As pedras de mana explodiram! Pareciam estar muito próximas!! Fujam todos!!”
A voz foi engolida pelo som de outra explosão ecoando pela cidade.
“A explosão é subterrânea!! Um colapso está prestes a acontecer!!”
Como se aquela explosão tivesse quebrado a barragem, gritos de medo e confusão jorraram.
Camilla, que irrompeu pela porta da frente da mansão, viu mulheres e crianças fugindo pela rua e a terra ainda estava tremendo sob seus pés.
A paisagem tinha uma avenida bem pavimentada, uma estrada que era dividida precisamente em duas faixas de tráfego de carruagens e pedestres e algumas casas uniformes que ficavam ordenadamente enfileiradas. No entanto, as multidões aterrorizadas de pessoas, procurando por qualquer fuga enquanto corriam por aquela rua, destruíram aquela imagem ordenada.
Enquanto a cidade estava cheia de pessoas gritando e tremores constantes das profundezas da terra, Camilla mal conseguia ouvir os próprios pensamentos. O miasma encheu o ar como um nevoeiro espesso e descolorido, então ela mal conseguia distinguir os rostos das pessoas paradas bem na frente dela.
Uma mulher de meia-idade gritou na rua na tentativa de encontrar seus filhos. Os idosos, sem pés firmes, nem ombros para se apoiarem, ficaram para trás do grupo principal de fugitivos da cidade. Alguém caiu e foi pisoteado. Outra criança se perdeu no nevoeiro. Gritos ecoaram ao seu redor.
Tudo o que ela podia ver através da fumaça eram plebeus mais velhos e crianças. Ela não conseguia identificar nenhum grupo de homens que poderia ser útil para levar as pessoas em segurança. Ela não teve tempo para pensar o porquê disso, já que a terra trêmula quase a desequilibrou novamente.
“Fiquem fora das casas! Vão para a praça da cidade! Temos que ir para a região externa!!”
Uma das criadas que havia bloqueado o caminho de Camilla mais cedo levantou a voz de algum lugar próximo. Assim que Camilla saiu correndo pela porta da frente da mansão, todos os criados da casa começaram a fugir também.
Martha também desceu as escadas da frente, mancando em sua bengala. A segunda serva pegou seu braço para apoiá-la enquanto ela saía da propriedade.
Todos pareciam estar indo rumo a um lugar específico. O centro da cidade, ao lado da rua principal, um lugar onde a maior via da cidade se cruzava com várias outras, formando um grande cruzamento como uma teia de aranha.
– A praça da cidade…?
Esses fluxos individuais de pessoas aterrorizadas pareciam se fundir em um fluxo uniforme. Apesar dos gritos de pânico, todos seguiram em uma única direção.
“Senhora Camila! Temos que escapar também!”
Nicole puxou a manga de Camilla, incitando-a a se juntar ao fluxo de pessoas. Mas Camilla hesitou por um momento. Ela realmente tinha que ir para lá?
– A praça da cidade… Não é bem no meio da cidade?
“… Lorde Alois disse para fugirmos para a floresta.”
Parada na frente da mansão, Camilla murmurou essa frase para si mesma. Atrás dela, como se para abafar sua voz, alguém gritou.
“…Fique fora do caminho!!”
Uma das empregadas da mansão passou correndo por ela, empurrando Camilla para o lado. Aquela empregada de olhar forte e cabelos castanhos estava prestes a entrar no fluxo de pessoas.
“Espera um pouco!”
Camilla se viu estendendo a mão e pegando seu braço. A empregada pareceu surpresa por ter sido parada assim, mas ficou duplamente surpresa quando se virou e viu que foi Camilla quem fez isso. Depois de piscar confusa, ela olhou para Camilla com uma mistura de impaciência e confusão.
“O que é isso? Por favor, me libertem. Vocês duas não querem escapar também?”
“Se você quer escapar, por que não foge para a floresta? Não foi isso que Lorde Alois disse para fazer também?
“A floresta?!”
A empregada gritou como se não pudesse acreditar em seus ouvidos.
“E se as árvores caírem?! Seremos esmagados!”
“Mas, pra começo de conversa, não há um filão de pedras de mana correndo por baixo da cidade?! Mesmo que não haja nada para desmoronar sobre você na praça da cidade, o próprio chão cairá!!”
“O chão não vai desmoronar!”
A empregada ergueu a voz novamente, soltando a mão de Camilla. Era como se ela tivesse certeza, já que disse isso com tanta convicção.
Primeiramente, ela não tinha tempo para ouvir Camilla em uma emergência como esta. O som de explosões ainda podia ser ouvido e o miasma rolando pelas ruas estava ficando mais espesso a cada segundo. Elas tinham que escapar o mais rápido possível.
“Esta cidade existe há mais de cem anos e o chão nunca desabou assim! Eu conheço mais informações sobre esta cidade do que você provavelmente conhece sobre a capital!”
“Espere! Espere um momento!!”
Camilla agarrou o braço da empregada que se virou para fugir novamente. Então, levantando a voz, ela gritou não apenas para que a empregada pudesse ouvi-la, mas todos os outros próximos.
“Pare de uma vez! Você está fugindo para o lugar errado!”
“O quê…? Pare de dizer coisas ridículas!”
Apenas a empregada cujo braço Camilla segurava foi capaz de responder ao seu grito. Os habitantes da cidade em fuga não dispensaram um olhar sequer para Camilla enquanto a multidão em pânico continuava se movendo em direção à praça. Mesmo assim, Camilla não podia desistir. Respirando fundo, ela gritou do fundo de seu estômago.
“Vire-se e fuja para a floresta!! Eu te ordeno!! Pare de uma vez!!”
“Tire suas mãos de mim! Pare de falar besteiras!! Não é uma questão de bom senso escapar para algum lugar bem aberto?! Isso é o que sempre fizemos!!”
A empregada na frente dela ficou nervosa. Ela puxou o braço e torceu o corpo para tentar escapar. Ela perdeu o equilíbrio por causa da empregada lutando ou foi porque o chão tremeu sob seus pés? Camilla não poderia saber.
“…Senhora.”
Ao lado de Camilla e da empregada de Einst, que estavam todas enroscadas no chão, Nicole falou timidamente. Os olhos da garota pareciam de alguma forma distantes. Então, como se ela estivesse olhando para algo que ninguém mais podia ver, sua voz ofegante saiu pelos lábios trêmulos.
“Senhora, isso é ruim. Está se aproximando…”
O tremor não parou de jeito nenhum. Sob seus pés, havia o som de um estrondo profundo. A jovem empregada podia sentir a presença de uma quantidade incrivelmente vasta de energia mágica cada vez mais próxima.
Sua visão turvou. Como se estivesse engasgada com o miasma, Nicole tossiu cada vez mais.
Mas suas palavras foram abafadas pela briga entre as duas garotas no chão abaixo dela.
“Você ainda tem um motivo para correr para a praça?! Se você valoriza a própria vida, fuja para a floresta! Suas tradições não vão proteger ninguém!!”
“O que uma estranha como você poderia saber?! Se quer se matar, não me arraste para isso!!”
“Estou lhe contando porque não quero ver ninguém sendo morto!!”
Enquanto Camilla gritava, o estrondo diminuiu por apenas um instante, deixando as ruas estranhamente silenciosas.
Os terremotos, os sons inquietantes das profundezas da terra, até o som de explosões distantes. Tudo isso cessou.
O silêncio repentino deixou as pessoas estupefatas. Alguns se perguntavam se o próprio tempo de alguma forma havia parado.
Tudo o que podiam fazer era ficar ali, piscando em confusão silenciosa enquanto olhavam ao redor.
Mas no momento seguinte, tudo acabou.
Um som ensurdecedor muito mais alto do que qualquer coisa antes atravessou a cidade. Desta vez, porém, o chão sob seus pés não tremeu.
Em vez disso, desmoronou completamente. Rachaduras surgiram por toda a rua, engolindo as pessoas da cidade na terra.
A última coisa que Camilla se lembrava era dos gritos desesperados ao seu redor e da estranha sensação de cair no ar.
Créditos:
Tradução: Sakata
Revisão: Momoi