Akuyaku Reijou wa Danna-sama wo Yasesasetai - Capítulo 22
Ela sabia disso muito bem.
Se ela realmente se casasse com este duque, sua vingança não seria o fim.
Ela teria que administrar sua residência como uma dona da casa, além de ficar ao lado dele em todos os tipos de bailes e reuniões. Para criar e manter relacionamentos fortes com outras casas, eles teriam que conhecer muitas pessoas juntos.
Mas o dever mais importante que ela teria que assumir seria dar à luz seu herdeiro. Pelo menos um. Um menino, de preferência. Ela tinha que trazê-lo a este mundo, criá-lo e torná-lo um herdeiro digno.
– Dar à luz um herdeiro…
Se o príncipe Julian estava fora de alcance, ela pelo menos queria ter um homem bonito, se possível.
Mas, se Alois emagrecesse e melhorasse sua pele terrível, ele também poderia se tornar um homem bonito? Naquele momento Camilla poderia realmente aceitá-lo? Ela poderia se casar com ele e jurar criar seu filho?
– Isso ainda está longe.
Camilla murmurou isso em seu coração como se fosse para aliviar a ansiedade que rastejava em sua mente.
No momento, ela não conseguia ver nenhuma mudança em Alois. Toda aquela flacidez e carne não iriam desaparecer em apenas um mês. Mas olhando de perto, talvez um dos volumes de seu queixo realmente tenha diminuído um pouco.
– Vou pensar mais a respeito quando ele realmente perder muito peso.
Ainda era muito cedo para ter certeza de que ele realmente iria emagrecer. Quanto maior a subida, maior o tombo. Para começo de conversa, de onde veio esse desejo repentino de ‘perder peso’? Por enquanto, Camilla sente que deve prestar muita atenção para que ele não recaia.
Ela sabia que era isso que tinha que ser feito.
Enquanto Camilla estava perdida em pensamentos, ela foi despertada pelo som repentino de algo quebrando nas proximidades.
Ela tinha se acostumado com isso recentemente. Como isso ainda continuava acontecendo, não importava quantas vezes ela fosse repreendida, ninguém mais se assustava com o som revelador de Nicole destruindo algo.
Camilla apenas deu de ombros, como sempre. De certa forma, ela estava aliviada que algo a tivesse tirado daqueles pensamentos estranhos. Ela fingiu que estava chocada enquanto lançava a Alois um olhar que dizia ‘é aquela garota problemática de novo’.
Mas o próprio Alois tinha um olhar genuíno de pânico em seu rosto. Quando Alois virou a cabeça em pânico para o som, Camilla piscou, confusa.
– Normalmente ele apenas faria uma careta com isso, não é?
Será que foi pela generosidade de Alois? Ou ele era indiferente? De qualquer forma, ele geralmente tolerava os erros de Nicole sem muito barulho. Afinal, ela era um membro da família de uma importante relação de negócios. Provavelmente ele alimentava um sentimento de não querer deixar tal talento mágico ir embora tão facilmente, então ele acenou de lado erro após erro quando, enquanto qualquer outra empregada teria perdido seu emprego há muito tempo.
– E então, o que houve de errado exatamente?
Aquele som tinha vindo de muito mais perto do que o normal. – Pela proximidade desse som, será que ele veio do segundo quarto?
Nesse momento, Camilla estava no quarto privado de Alois. A próxima sala era o seu escritório. E o próximo cômodo, se ela se lembrava corretamente, era uma espécie de depósito. Alois lhe dissera que o depósito continha apenas livros velhos e outras porcarias variadas.
Camilla nunca tinha entrado. A principal razão era que ela não estava nem um pouco interessada, mas Alois também não parecia querer que Camilla entrasse. “Não há nada de interessante por lá”, ele disse a Camilla, com seu tom claramente dizendo a ela que ela não deveria entrar.
Quando Camilla olhou para ele interrogativamente, Alois se levantou com um sobressalto. O rosto dele parecia confuso.
Então, com cada passo trovejante sacudindo a sala ao seu redor, ele correu diretamente para o corredor. Depois disso, Camilla se levantou e correu atrás dele também.
Não demorou muito para ela alcançar Alois.
Na verdade, ela o alcançou antes que ele chegasse ao depósito, então ambos ficaram na frente dele juntos quando ele abriu a porta. Assim que abriram a porta, Alois correu para dentro.
A despensa não parecia ter sido muito usada ultimamente. O quarto cheirava levemente a mofo e havia uma fina camada de poeira em tudo. O ar que estava dentro também parecia estagnado e seco.
Assim como Alois havia dito, não havia nada naquela sala que chamasse a atenção de Camilla. Estantes de livros cobriam todas as paredes, com velhas ferramentas mágicas que ela não conseguia descobrir o propósito ao simplesmente olhar sobre as mesas.
O quarto em si também era bastante pequeno. As estantes de livros que também cortavam seções da sala uma da outra só serviam para aumentar essa impressão de espaço apertado.
As janelas estavam cobertas por aquelas prateleiras, o que explicava o quão mal iluminada a sala estava. A única luz era uma única pequena lâmpada alimentada por manastone pendurada em uma seção da parede. A área ao lado da lâmpada era o único ponto nas paredes não coberto por uma estante, em vez disso, uma grande pintura estava pendurada lá.
– Isto é…
Quando ela se aproximou, aquela luz mágica iluminou levemente a pintura. Ele retratou dois adultos, um homem e uma mulher, bem como uma única criança.
O homem era alto, com longos cabelos brancos caindo pelas costas. A mãe era uma beleza esbelta. Então, um garoto de aparência séria, vestido da cabeça aos pés com roupas formais, as costas retas como a lombada de um livro. Embora as cores originais da pintura tivessem desbotado com a idade, ela podia ver que as bochechas do menino haviam sido pintadas de um rosa avermelhado e seus olhos tinham um tom avermelhado.
– É o Duque de Montchat anterior?
Ao olhar novamente para aquele homem alto, Camilla sentiu uma súbita sensação de familiaridade. Ela sentiu como se o tivesse visto em algum lugar antes. Será que o Lorde Montchat anterior tivesse visitado a capital quando ela era jovem? Embora as histórias sobre a família Montchat raramente deixarem suas próprias terras fossem verdadeiras, isso soava diferente quando se tratavam de ocasiões reais.
A segunda rainha, mãe do príncipe Julian, que o trancou por todos esses anos, morreu há cerca de 10 anos. Na época, esse homem seria o duque, não Alois. Não teria sido estranho Camilla tê-lo visto naquela época.
– Então, esse menino deve ser…
Ao contrário daqueles pais que eram quase anormalmente esbeltos, esse jovem de aparência bastante saudável transmitia uma energia muito infantil.
Ao olhar mais de perto, ela viu as palavras gravadas na placa de identificação presa à moldura da pintura. “Alois, comemorações do décimo ano de vida.”. Então esses realmente devem ser Alois e seus pais.
– Esta é a primeira vez que os vejo.
Alois nunca tinha falado com ela sobre sua família.
Ela sabia que quando Alois tinha quinze anos, seus pais haviam falecido. Aparentemente, foi um acidente. Mas isso era tudo o que ela sabia. Camilla nunca o havia pressionado para saber mais e Alois nunca havia tocado no assunto.
Também não havia retratos pendurados na mansão. Ela realmente tinha procurado um retrato pouco depois de chegar, na tentativa de prever exatamente como Alois poderia ficar depois de perder peso, mas nunca pensou em vasculhar esta sala.
– Não é uma cara feia.
Ele talvez fosse um pouco magro demais para o gosto dela, mas em termos de aparência e altura, o duque anterior passou. Também não parecia que a má condição da pele de Alois fosse algo que ele tivesse herdado. Enquanto ela pensava sobre aquele rosto marcado de dobrinhas, ela de repente se lembrou.
– É mesmo, o Lorde Alois!
Enquanto olhava para a pintura, Camilla havia se esquecido completamente de Alois, que havia ido direto para a fonte do som no fundo da sala e já havia desaparecido de vista.
Camilla desviou os olhos da pintura e seguiu para onde Alois tinha ido.
Havia um pequeno espaço nas profundezas daquele depósito. Em uma clareira completamente cercada por prateleiras e lixo empilhado, ela encontrou Alois afundado de joelhos. Na frente dele estava Nicole, que obviamente era a culpada.
Ambos estavam olhando para um grande prato decorativo que estava quebrado no chão.
“É o prato… do meu papai!”
Alois gritou de tristeza enquanto segurava alguns dos fragmentos espalhados do prato na mão. Só por um momento, o ar ao redor deles ficou entorpecido. O poder mágico de Alois quase transbordou em sua angústia… Mas, assim que começou a vazar, recuou.
“Peço m-minhas mais sinceras desculpas!”
Ao lado dele, Nicole curvou-se profundamente, como se aquela explosão fugaz de energia tivesse deixado ela aterrorizada. Aquele rosto pálido dela é justamente porque agora está encarando o próprio Alois?
“Eu sinto muito! Eu sinto muito!”
“Não, está bem.”
Enquanto Nicole se desculpava repetidamente, Alois disse isso com uma voz fraca enquanto continuava a olhar para os pedaços que segurava na palma da mão. Observando por trás, Camilla só podia ver o enorme corpo de Alois balançando a cabeça tristemente.
Ao olhar para esse novo lado de Alois que ela nunca tinha visto antes, Camilla franziu a testa. O que era aquele prato para ele? Isso não era nada parecido com o Alois super calmo que ela conhecia.
Embora essa pergunta estivesse atormentado sua mente, tinha outra dúvida que agora dominava seus pensamentos.
– …Papai?
Créditos:
Tradução: Sakata
Revisão: Momoi